quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os Resistência tinham cáries

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Ela sorriu.
E ele devia ter sorrido de volta.
Mas tinha vergonha: dentes encavalitados, amarelados, fruto de muitos anos a travar Ventil, de ingerir muito café e de uma professora primária que não lhe ensinou da melhor forma o que era a higiene oral.
Então ele não sorriu.
Ele foi só atrás.

Aconteceu uma coisa.

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Cuidado, pois contém Danger Mouse, Daniele Luppi, Jack White e Norah Jones. Ouvidos mais desprevenidos podem apanhar uma maleita e torcer um pé. Tenho uma vizinha minha que ficou três noites com uma unha encravada.

sábado, 30 de abril de 2011

Olá, caro mês de Maio! Tudo bem?

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Este sou eu a mandar uma beijoca e a dizer-te bem vindo. Já fazias falta. Já se pediam horas extraordinárias para o sol, o único funcionário do Estado (de todos os Estados) que pode trabalhar horas extraordinárias que estou-me bem borrifando. Por ti sol, nunca me irei manifestar.

Já fazias falta para nos obrigares a trajar uma impecável t-shirt. Já tinha saudades de ver os pêlos dos braços a ficarem loiros, que nem os de um nadador-salvador pouco elegante durante os meses de Verão.

Já fazias palta por não teres "r". É nessa altura que me atiro que nem um louco aos caracóis, pareço um menino cheio de volúpia por prendas de Natal. Mas por um bicho dentro de uma casca e cerveja. Há quem me considere estúpido. Eu acho que é bom ter algum tempo livre.

O que eu mais gosto em ti, fofinho Maio, é que estás imediatamente antes de Junho, que antecede Julho, que precede Agosto. Ou seja: mesmo que haja lamúrias, vai haver, sempre, nos próximos três/quatro meses, uma contra-balança para as angústias.

"Destesto ir para Carnaxide; no entanto, quando sair ainda vai estar sol, posso ir beber cerveja para a esplanada."
"As miúdas não me ligam nenhuma; no entanto, está sol, posso ir beber cerveja para a esplanada."
"As miúdas ligam-me tremendamente mas eu aprecio homens mais velhos a quem possa tratar por senhor engenheiro; no entanto, está sol, posso ir beber cerveja para a esplanada."
"Hoje está a chover, não posso ir para a esplanada beber cerveja; no entanto, é dia até mais tarde, portanto posso ir para um sítio indoor em que seja agradável ir beber cerveja."

Gostava de perceber a relação ingestão de cerveja vs. meses Maio, Junho, Julho, Agosto e Setembro...

Vou ali fazer uma cena.

domingo, 13 de março de 2011

"How's That?"

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"It's Kind of a Funny Thing"
DR. MINERVA
And was that difficult for you? Seeing Bobby like that?

CRAIG
I was scared. Not that he was gonna hurt me or anything. Just, you know, seeing someone lose it like that. You know, it reminded me of how I feel sometimes.

DR. MINERVA
How's that?

CRAIG
Like I'm on the verge of just blowing up. All the stress and pressure and anxiety just bubbling up. But I'm never able to let it out like that. You know, I just keep it inside.

DR. MINERVA
Have you always felt that way?

CRAIG
Well, not when I was a kid.

DR. MINERVA
Tell me about it.

CRAIG
What do you mean?

DR. MINERVA
About a time you remember being happy. Carefree.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Meditação

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Renato Seabra, não me tires o sono com um saca-rolhas, por favor

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Fi-lo na paródia. Ao ouvir o Vítor Gonçalves na RTP falar do hospital onde está internado Renato Seabra, o alegado homicida de Carlos Castro.
Vítor Gonçalves, o jornalista, enfatiza - ou diz de uma forma que acho graça, motivo pelo qual não sei explicar - hospital Bellevue, a unidade prisional. Repete-o várias vezes. E a palavra "Bellevue" fica a ecoar-me cá dentro. Chego à música dos GNR, escrita em 1986. Curiosamente para um álbum chamado "Psicopátria".

Mas seria só aqui que estavam as coincidências?

Comecei a ouvi-la.



E fui pesquisar a letra.

"leve levemente como quem chama por mim"
Fundido na bruma no nevoeiro sem fim
Uma ideia brilhante cintila no escuro
Um odor a tensão do medo puro

Salto o muro, cuidado com o cão
Vejo onde ponho o pé, iço-me a mão
Encosto ao vidro um anel de brilhantes
É de fancaria a fingir diamantes
Salto a janela com muita atenção
Ponho-me à escuta, bate-me o coração

Sabem que me escondo na Bellevue

Ninguém comparece ao meu rendez-vous

Porta atrás porta pelo corredor
O foco de luz no ultimo estertor
No espelho um esgar, um sorriso cruel
Atrás da ultima porta a cama de dossel
Salto para cima experimento o colchão
Onde era sangue é só solidão
Os meus amigos enterrados no jardim
E agora mais ninguém confia em mim
Era só para brincar ao cinema negro
Os corpos no lago eram de gente no desemprego

Os sublinhados são meus. Tirem as vossas conclusões, se acharem que é uma interpretação muito exagerada da minha parte.
Renato Seabra, não me tires o sono com um saca-rolhas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Estava enganado

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Quando me penso que 2010 foi um ano de merda, lembro-me de com quem passei os meses de Janeiro a Dezembro e das gargalhadas que dei. Que demos. Em tantos sítios. Não pode ter sido assim tão mau, Bruno. Estaria a ser um sacana injusto que não dá valor ao belo que tem.

Foi preciso dar um abraço e um beijinho a dois amigos que só volto a ver lá para meio do ano para perceber isso? Se calhar.

Por isso as minhas desculpas aos outros todos.

Mas será que 2011 pode ser um bocadinho melhor?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Lá longe

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Dou por mim a olhar para o futuro. Para todos eles, para nós, com 65 anos. A grelhar chouriços, a ir ao frigorífico buscar mais uma. A abraçá-los e a chamar-lhes velhos. Esta coisa de me projectar no futuro tem muita graça: não consigo enfiar uns óculos para ver ao perto, mas tenho uns binóculos para ver ao longe. Não sei como vai ser o meu amanhã, mas sei como vai ser a minha velhice.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Tens um belo jardim!"

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Que caraças. A Lucy estraçalhou-me o coração.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Aqui.

domingo, 21 de novembro de 2010

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Don't believe you're all alone.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

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I'm just fucking, like, stuck in this ridiculous, like, self-imposed fucking prison of characterization, you know? It happened to me young. It's like the chicken or the egg. I don't know what came first...
Whether they said that I was emotional and intense and complicated, or whether I... or whether I was truly complicated and intense and then they responded to it. Then, like, once they responded to it, then I responded to what they were saying. And, yeah, I utilized it in some ways.

And there's... I... I am embarrassed about that. And that's what a lot of this is about (...)

I don't wanna... I don't want to play the character of Joaquin anymore.

Like, I want to be whatever I am.

sábado, 13 de novembro de 2010

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And the memory stands still.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

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Torstraße, 6/11/2010

Ali, à porta do turco dos falafel. Discutem olhos nos olhos.
Ele - Tu dizes que que o meu problema pode ser a minha insegurança. Mas não é esse o meu problema. Eu tenho um problema de comunicação. Aliás, nós temos um problema de comunicação - lança a confusão enquanto dá mais uma trinca no cozinhado otomano, sem tirar os olhos dos dela, que está de pé, com as pernas cruzadas. Ela responde com alitvez:
- Posso falar? Obrigado, ó cabrão! Sabes que eu percebo tudo o que tu dizes... Se eu não sei funcionar contigo, agradeço que mo digas!
E pousa a mala na mesa do restaurante turco.
- Espera - diz ele - Deixa-me dizer mais uma coisa - e volta a trincar o falafel:
Julgas que eu não sou sensível naquelas coisas que toda a gente é. Julgas que tudo me passa ao lado. Mas não passa... tu não me ouves.
- Eu não te ouço?!
- Se calhar não. Tens de te calar e ouvir o que eu digo! Quando eu te digo que tenho um problema, tens de me perguntar o que eu tenho! - pede ele.
Ela suspira e pede a palavra.
- Tu és tudo o que eu quero e tenho medo de te perder - responde.
Perante a tentativa de interpelação dele, de abraço, de uma carícia, ela volta a sobrepor a voz:
- Agora falo eu!! Acredito e percebo tudo o que dizes. Mas eu não sou uma criança. E tu às vezes fazes-me sentir uma miúda...
Já não há falafel. Não se chega a nenhuma conclusão. Fica tudo na mesma, ou não? Ele e ela abraçam-se e seguem Torstraße abaixo, em direção à Rosenthaler Platz.

Sentado na cadeira da fria esplanada turca, as colunas do mp3 começam a tocar. E outro casal agradece o som enquanto dançam para espantar o quente frio berlinense.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A andar pelas estradas

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O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema II"

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Da categoria "lindas"

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Waiting here,
Always failing to remember why we came, came, came:
I wonder why we came.

sábado, 23 de outubro de 2010

Ser cule

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Mos Def é cule

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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Regressam a merda das insónias? Pergunto-lhes porquê.
Elas respondem-me que tenho de formatar.
Enquanto não formatar, vão estar por aqui a puxar por mim, a fazer-me rodar sobre mim próprio, por dentro e por fora. A não deixar dormir, a atrasar o acordar. "Formata", gozam comigo.
Eu mando-as à merda.
Não mandam em mim. Podem chatear-me, mas não me obrigam a nada.
Ao menos tenho companhia.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estou bonito, estou

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ser cule

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Questlove, dos The Roots, é cule.

domingo, 12 de setembro de 2010

A Mimosa, de pêlo grisalho

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B., sem mãos.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ser cule

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Dan Auerbach e Patrick Carney são os The Black Keys. E são buéda cules.

domingo, 22 de agosto de 2010

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Nos subúrbios temos que arranjar mais coisas para fazer.
Temos de procurar mais entretenimento, temos de nos esforçar:
ir correr para as serras, ir vaguear pelo alcatrão, entrar em cafés, experimentar pelados, mexer a cadeira na esplanada muitas vezes para não deixarmos de apanhar o sol, serpentear por entre rotundas e largas ruas escondidas - verdadeiras avenidas que são traseiras.
Nos subúrbios tudo é grande, tudo é gigante, só que não é preciso. Quando está calor, está muito calor. Quando está frio está muito frio. Quando chove, chove para cacete.
Mas não deviam ser precisos estes extremos. Podia ser tudo um bocadinho mais paulatino e todos nós iríamos sorrir mais durante mais tempo, olha que caraças!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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Olha, e tal, cresci. Mas foi hoje? Foi com esta mudança de idade? Foi com a passagem dos 27 para os 28? Pois claro que não. E todos sabem isso.

O que eu sei é que há muito tempo que ando a começar a escrever posts e a não ter vontade de os acabar para não os tornar demasiado deprimentes. Fodasse.

Mas não hoje. Hoje só me dá vontade de sorrir.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

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CAROL
Well uh, you know... what about loneliness?

DOUGLAS
What he’s saying is, will you keep out all the sadness?

MAX
Yeah, I have a sadness shield. It keeps out all the sadness and it’s big enough for all of us.

CAROL
Wow.

MAX
I just do this to loneliness: (making a gesture of a bomb dropping on loneliness) Pooooww!

sábado, 24 de julho de 2010

"Quando chegares da Velha Europa [ ] eu já terei pintado o quarto de outra cor"

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

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"Too close to call". Uma expressão sábia.
Essa e "o inusitado da imagem".
Spare me, shit.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Proud

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"The strong man is proud", dizia a legenda desta foto.

Porque há momentos que me sinto assim, fodasse. Momentos em que olho para o lado e que não preciso de ninguém a dar-me uma palmada no lombo. Não me sinto o maior do mundo. Não me sinto o maior do país, nem sequer me sinto o maior da minha rua. Mas sinto-me bem. E não preciso de ninguém.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ámãe

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"Estou farto, mãe".
"Filho, trata da tua vida."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gente cule

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Mayer Hawthorne é cule.