sábado, 31 de outubro de 2009

A verdade não merece castigo?

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Ok, querem chamar-me aldrabão? Aproveitem hoje.

- Vim para casa. Quando disse que não vinha. E sinto-me melhor assim. Em casa. Aviei estradas secundárias.
- Olhei, mirei, observei. Soslaio, na minha vida. Ouvi com atenção? Não, desculpa. Mas perdi-me a meio na paisagem da imagem de uma face. E agora? Sei o que foi dito: que até há gente do leste envolvida, que há lágrimas pelo meio... mas e se a minha emoção foi entregue aos olhos que se afrontavam? Tenho culpa se a recordação é pintada de verde felpudo?

Bom...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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O que se ganha em viver com saudade?
Tudo parece mole cá dentro. Tudo parece que se derrete. Os pés mais tortos, tornozelos incapazes de segurar o corpo, com tendência a dobrar.
As pernas fracas, lentas.
A barriga apertada. Os pulmões cheios de ar.
Os cotovelos moídos. Os braços inertes. As unhas roídas.
A cabeça inclinada para a esquerda.
O cabelo...
O nariz com ar de inchado.
A garganta com caroços. Os olhos pesados. A boca fechada, com os lábios disformes, sobrepostos de forma desigual. O superior para a direita e o inferior para a esquerda.
As costas...

O que se ganha? Aperto no peito.
As saudades? Se calhar são os abdominais do meu coração.
Se mo arrancarem.

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Ser perseguido por sonhos. Nunca pensei que fosse assim. Saber exactamente como vai ser a minha noite, depois de deitar a cabeça na almofada. Independentemente da música que fica a tocar, há uma noção prévia do que se vai passar, de quem aparece. Das conversas. Dos sons. Das imagens. Dos cheiros. Da criação de novas imagens. É isto que se chama viver 24 horas por dia?

Não me perturba que assim seja. Não quero estar inerte. Prefiro andar em voltas do que restar-me no sofá a olhar para a luz do candeeiro.

domingo, 25 de outubro de 2009

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

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Any of you motherfuckers out there wanna show me how to live my life in order to be happy?
I thought so...
Are you truly happy?
I thought so.
Go whine yourself someplace else.
Don't come to my place, teach me how to smile.
Telling me what do I have to do.
I smile when I want.
I laugh because I feel to.
I cry because I need to.
Who are you to come and advise me?
Do you know who I am?
Do you know what's going on when I wake up?
Do you know what I see in my dreams?
Can you see what I see what with my cloudy and wet eyes?
Do you know what kind of memories I have tattooed in my mind?
Fuck off.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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O espelho que me reflecte está sujo. Ou embaciado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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Suspiro | s. m.
1ª pess. sing. pres. ind. de suspirar

suspiro
s. m.
1. Respiração anelante causada por dor ou paixão que move o ânimo.
2. Indício de desejo veemente.
3. Fig. Gemido, ai, lamento.
4. Som doce e melancólico.
5. Orifício (no tampo de um barril ou pipa) que se tapa com um espicho.
6. Bolo tenro feito de açúcar e ovos.
7. Bot. Nome comum à saudade e à perpétua.

Aqui não há nada de doce.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

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- Dói-te?
- Onde?
- Aqui, no joelho?
- Não. Mas aqui dói.
- Onde?
- Aqui, no peito.
- Mas aí é normal. Já viste a queda que deste?
- Sim, acho que o punho da bicicleta veio aqui raspar.
- Estava preocupado era com o joelho. As lesões do joelho são mais difíceis de curar.
- Dizes tu.
- Isso aí no peito passa. Só te dói quando tocas, não?
- Não. Dói sempre. Então é no peito! Quando respiro. Quando durmo. Quando me viro. Quando salto. Quando vou a correr para o autocarro. Quando meto a mala às costas. Quando me baixo para apanhar qualquer coisa... E claro, quando toco. Só que o peito é uma dor sensível. E não é só para as mulheres.
- Pior era se fosse nos tomates, pá! (risos)
- Isso é verdade! Mas esta é uma dor que demora a passar. E o que vou fazer? Vou ao médico? Não tenho nada partido... É esperar que passe.
- Acredita, se fosse no joelho era pior. Ias ficar coxo. E depois começavas a fazer prognósticos de chuva e mudanças de estação.
- Talvez. Mas esta é chata.

sábado, 10 de outubro de 2009

So I'll sit perfecty still

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And if I cant be all that I could be
Will you, will you wait for me

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A desconstrução de um homem. Física e psicológica.

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Phillip Seymour Hoffman como Caden Cotard, em "Synecdoche, New York"

TOM
Caden, when are we going to
get an audience in here?
It's been seventeen years.

CADEN
And I'm not excusing myself
from this either. I will
have someone play me, to
delve into the murky,
cowardly depths of my loneley
fucked-up being.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

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Uma noite em que a chuva e a insónia andam de mãos dadas. Descem a rua que nem dois bêbados boémios a cantar músicas do Rui Veloso. Dá vontade de ir à janela e dizer: "Oi, vocês pá, deixem um gajo dormir que amanhã tenho de trabalhar pá!".

Mas a insónia e a chuva lá vão descendo a rua, aos pontapés aos caixotes do lixo. Tal e qual dois rufias. Não sei se vão zangados com alguém. Mas vão fazendo barulho. Um cagaçal tal que não deixam dormir ninguém.

Amanhã acordam bonitas, acordam... uma deitada pelo alcatrão. A outra aí por um canto qualquer...