segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Meditação

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Renato Seabra, não me tires o sono com um saca-rolhas, por favor

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Fi-lo na paródia. Ao ouvir o Vítor Gonçalves na RTP falar do hospital onde está internado Renato Seabra, o alegado homicida de Carlos Castro.
Vítor Gonçalves, o jornalista, enfatiza - ou diz de uma forma que acho graça, motivo pelo qual não sei explicar - hospital Bellevue, a unidade prisional. Repete-o várias vezes. E a palavra "Bellevue" fica a ecoar-me cá dentro. Chego à música dos GNR, escrita em 1986. Curiosamente para um álbum chamado "Psicopátria".

Mas seria só aqui que estavam as coincidências?

Comecei a ouvi-la.



E fui pesquisar a letra.

"leve levemente como quem chama por mim"
Fundido na bruma no nevoeiro sem fim
Uma ideia brilhante cintila no escuro
Um odor a tensão do medo puro

Salto o muro, cuidado com o cão
Vejo onde ponho o pé, iço-me a mão
Encosto ao vidro um anel de brilhantes
É de fancaria a fingir diamantes
Salto a janela com muita atenção
Ponho-me à escuta, bate-me o coração

Sabem que me escondo na Bellevue

Ninguém comparece ao meu rendez-vous

Porta atrás porta pelo corredor
O foco de luz no ultimo estertor
No espelho um esgar, um sorriso cruel
Atrás da ultima porta a cama de dossel
Salto para cima experimento o colchão
Onde era sangue é só solidão
Os meus amigos enterrados no jardim
E agora mais ninguém confia em mim
Era só para brincar ao cinema negro
Os corpos no lago eram de gente no desemprego

Os sublinhados são meus. Tirem as vossas conclusões, se acharem que é uma interpretação muito exagerada da minha parte.
Renato Seabra, não me tires o sono com um saca-rolhas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Estava enganado

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Quando me penso que 2010 foi um ano de merda, lembro-me de com quem passei os meses de Janeiro a Dezembro e das gargalhadas que dei. Que demos. Em tantos sítios. Não pode ter sido assim tão mau, Bruno. Estaria a ser um sacana injusto que não dá valor ao belo que tem.

Foi preciso dar um abraço e um beijinho a dois amigos que só volto a ver lá para meio do ano para perceber isso? Se calhar.

Por isso as minhas desculpas aos outros todos.

Mas será que 2011 pode ser um bocadinho melhor?

domingo, 2 de janeiro de 2011

Lá longe

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Dou por mim a olhar para o futuro. Para todos eles, para nós, com 65 anos. A grelhar chouriços, a ir ao frigorífico buscar mais uma. A abraçá-los e a chamar-lhes velhos. Esta coisa de me projectar no futuro tem muita graça: não consigo enfiar uns óculos para ver ao perto, mas tenho uns binóculos para ver ao longe. Não sei como vai ser o meu amanhã, mas sei como vai ser a minha velhice.