Um outro sol

Há um ano o céu tinha outras cores.
Temos as fotos a recordar, mas também a mente, que não esquece cheiros, sabores ou sensações.

Recado (II)

Ó vizinho, se calhar quando madrugares o meu carro vai estar outra vez carregadinho de flores da árvore.

A ver se consigo fazer o vídeo... se não estiver ali a acção interventiva da brigada de narcotráfico.

"Where the Wild Things Are"

Ansioso para ver isto.



É o novo filme de Spike Jonze, sobre as histórias imaginárias de um rapazinho mal comportado chamado Max que vai para o quarto sem jantar. Estreia lá mais para o fim do ano... E tem música dos Arcade Fire!!!

When someone great is gone

Estava a fazer falta musiquinha por aqui.

Já que anda tudo a roubar à descarada

Pumba! Olha, esta foi levada ali ao Dan. Também devo passar impune, por isso não há problema...

Pensa-se em atirar tudo para trás das costas. E ficar só com a paisagem diante das nossas lentes. Será que o dia-a-dia era melhor? Tive o descaramento de perguntar à funcionária do café se o sol que se punha no mar da Arrifana era assim belo todos os dias, ou se havia algum dia que ficava feio.

Ela confirmou que era lindo todos os dias. "Mas tem uns dias que chove". Mas aqui também... E além da chuva, ainda há as dores de cabeça. Ali, se calhar, com as aspirações nasais de água salgada, até podia ser que melhorasse...

Maldita cobardia.

Rodopios

Saber que tu sabes que sabes que eu sinto.

Rui Reininho e Tiago Guillul @ Nokia Live Sessions

Um espectacular concerto ao qual não pude assistir por motivos de uma maldita paragem de digestão. Recomendo a track 2, Tiago Lacrau. Deliciosa. Mas não deixem de ver a reunião destes dois portentos de criatividade e mais a restante pandilha da Flor Caveira.

E depois há que regressar à casa partida. E não apetece nada. Por entre duas cervejas ao pôr-do-sol de beira-mar (tudo com tracinho) discutem-se os dramas do regresso. Se podemos permanecer na beleza, porque é que o dia-a-dia tem de ser tão duro, com prédios altos, espelhados, com a Carris a passar cá em baixo? Ou com open spaces em Alverca? Ou encostas em São Domingos de Rana? Ou vistas (que não existem) para o IC19?

Levanta-se a possibilidade de se começar a cultivar os próprios alimentos. A auto-subsistência. Daí para um país novo, remodelado, reconstruído. Os cães correm na areia. Um casal abraçado à beira-mar, com o labrador preto sentado atrás, vê o bebé a brincar com as ondas que chegam a terra. "Será que eles são felizes?", lança-se a pergunta. A resposta, de dois ou três, é semelhante: "São mais do que eu. Pelo menos estão."

Pelos nossos sorrisos, aquele momento também não foi mau. Mas havia 300 quilómetros para fazer. Havia que voltar, que começar a pensar no dia de amanhã. E toda a paz foi levada pelas ondas.



PS - Os mais curiosos que visitem o sítio do costume.

A paragem de digestão não ajudou, ontem.

"Stand up for the fight"

E vamo-nos construindo. Pouco a pouco. Degrau a degrau. Vamos escalando encostas para nos conhecermos melhor, para ficarmos a saber na ponta da língua aquilo que somos e aquilo com o que podemos contar de nós. Com aquilo que vem cá de dentro.

Não sei se descubro ou se confirmo. Mas reconheço. Reconheço-me. Analiso-me. O constante diálogo interior redunda nas mesmas respostas. Nas mesmas soluções. Posso encontrar muitas outras deduções, enverdar por outras constatações mais empíricas, mas a conclusão é sempre a mesma. Agora que já me conheço tão bem, confirmo aquilo que procurava. Tenho certeza que te procurava.

Achei.

"Muito bem, Sr. Indiana Jones da Xetaria. Encontrou um tesouro precioso! O que vai fazer agora?"

Não sei. Mas as minhas escavações em busca do sagrado pararam há muito tempo.

"... e levantavas-te do sofá a correr e deitavas-te na cama."

Receita para agora: "B-Sleep".

O dia mundial do Rim

É hoje.


Saudemos a pastelaria.

Deito a cabeça na almofada para acabar mais um dia.
É assim todas as noites.
Todas as noites.

Raios partam

Muito se tuíta, aqui por estes lados. Escrever em 140 caracteres é tentador. Rápido, eficaz, mordaz e ordinário.

Serve também para descarregar as chatices deste longo dia. Desta longa semana. Reproduzamos isto tudo no plural. Destes dias, destas semanas. Amanhã meto-me no carro e parto para uma viagem longa. A companhia vai saber bem!

"Hoje isto está vazio, é um bom dia para escrever, não é?".
Respondi que sim, porque não era de todo mentira. Mas acabei sempre por me perder em sons que apareciam. Ou de lá do balcão, do tipo careca que só bebia vinho do Porto, que tinha voz de mulher e tinha 26 anos. Ou dos amigos tripeiros que estavam ao meu lado. Ou então das colunas. Até que tocou isto.


E hoje. Hoje que, para mim, foi o dia deles. Soube-me bem. Terminei a Super, meti o caderno no bolso, levantei-me, paguei e saí.

E por aqui se anda.

O senhor da pescaria