quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A minha "Art Gallery"

Sucesso! Consegui encontrar o "Countdown Club". Hoje em dia chama-se "Maxim's Casino Club" e, tal como o nome indica, é um casino.

Era nesta antiga casa vitoriana que os Pink Floyd Sound, em 1965, tocavam com frequência. Ainda sem David Gilmour. Diz Nick Mason que foi aqui, neste clube, no então "Countdown Club", que a banda começou a aperceber-se "da importância dos solos nas músicas". Era neste clube que faziam três sets de noventa minutos, com pequenos intervalos, em que eram obrigados a repetir os temas.

As bebidas também eram bastante baratas. "À medida que a noite se alongava, íamos ficando sem canções e íamos percebendo que o álcool afectava a curta memória do público. Foi o início da percepção que as canções podiam ser estendidas com solos mais longos", lê-se no livro "Inside Out", escrito pelo baterista.

Hoje consegui encontrar o sítio. E sim, fiz questão de o procurar. De ver mapas. De entrar em bares enganados. E o que descobri é, no fundo, um casino de bairro. Com muito charme.

Mas não era o que queria ver.

Criei expectativas a mais.

A cave de que Nick fala não existia. Essa cave está cricundada por uma grade, que limita a entrada, muito seleccionada. O casino abre cedo, às 2 da tarde e a recepcionista não me conseguiu explicar bem porque é que estava encerrado, se eu fui lá às 18h30.

Havia muito veludo vermelho nas paredes. E estavam todos vestidos de preto. Se a minha ideia inicial era beber uma pint a tentar imaginar ou cheirar algo que me levasse a 1965, essa intenção esbarrou-se na entrada. Queria encontrar posters na parede. E um velho taberneiro que contasse histórias. Mas não. Sejamos sinceros. Numa das ruas paralelas ao Royal Albert Hall, havia ali muito pouco de romântico.

Ok, o restaurante era fancy. E o tal bar que a recepcionista vestida de preto me falou. "Acho que sim, que era um clube muito antigo. Mas já foi há muitos anos", responde-me ela, depois de ler o parágrafo do livro do baterista dos Floyd. Pois menina, passou-se em 1965, aquilo que de que estou a falar...

Também não interessava. Interessava pouco. A qualquer um. Aqui o romântico era só eu. Eu mais o porteiro do meu hotel, o Tony, que me ajudou a encontrar o antigo "Countdown Club". E que, à falta de melhor, me aconselhou a ir ver os Australian Pink Floyd ao vivo. É o melhor que eu posso encontrar nesta altura.

Terei sempre os meus discos.

Sem comentários: