sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Balanço

Estou na dúvida que este tenha sido um bom ano para a música. Ou se calhar foi, mas eu ouvi tanta coisa - por obrigação e por vício - que não consegui digerir o que por aí surgiu nos escaparates.

Assim sendo, a minha lista balancial vai ter um título diferente. Então com licença:

Os 10 Albuns De 2007 Que Bruno Mais Ouviu Com Verdadeiro Deleite, Mas Que Não São Necessariamente Os Melhores do Ano, Pois Este É Um Critério Absurdo Que Não Põe Em Causa A Qualidade Dos Artistas ou Dos Trabalhos Realizados Em Prol Da Música, Pelo Que Esta Lista Não É Passível de Crítica, Ouviram?

Ben Harper - "Lifeline"

Este, a par de "Welcome To The Cruel World", é o único álbum que ouço de Ben Harper sem andar uma única faixa para a frente, por dizer "Não gosto". E depois o conceito deste trabalho mosta uma grande capacidade de testículos: acabar uma tournée, agarrar na banda, ir para um estúdio de Paris e em sete dias gravar aquilo que andaram a tocar nos "soundchecks". E depois chegar à editora e dizer: "Dão-me licença? Peço desculpa, mas eu efectuei aqui um trabalho musical. Vejam lá se o querem publicar, por favor".

Radiohead - "In Rainbows"

Outra capacidade testicular fantástica: deixar uma editora e vender um álbum na Internet ao preço mais justo, em que o juiz somos todos nós. Além disso, "In Rainbows" mostra um trabalho de produção genial. Canções com detalhes muito bons. A voz de Thom Yorke continua um espectáculo, as letras arrepiantes. Jonny Greenwood está menos DJ e o irmão Colin está ainda mais aprimorado no baixo. "In Rainbows" tem também uma das minhas músicas preferidas do ano: "All I Need".

Da Weasel - "Amor, Escárnio e Maldizer"

Gosto da poesia do Carlão. Não gosto dos refrões de Virgul. Mas andou em repeat no meu carro. Além dos temas para as "ninas", tem músicas que motivaram quando foi preciso: "Abre o olho, fica esperto"; "toda a gente quer comer de uma ou outra maneira"; "eu sei que tenho Deus do meu lado mesmo quando não parece". E outras.

Arctic Monkeys - "Favourite Worst Nightmare"

Não páram, estes...bom rock, boas malhas, boas letras. Criatividade. Música imprevisível. Nunca se percebe o que vai surgir a meio de cada tema. E depois são miúdos sem tiques de estrelas. Só querem é tocar!

Soulsavers - "It's Not How Far You Fall, It's the Way You Land"

A maior surpresa do ano para mim. Música sacrosanta cantada por Mark Lanegan, que confere um ambiente taciturno e circunspecto. Adorei. Pelo meio há uma espécie de "laude" ou lá o que é: "Jesus, oh Jesus, I don't wanna die alone!".

JP Simões - "1970"

Da melhor poesia que já ouvi em música portuguesa. E excelência na guitarra. Jê Pê não teve vergonha de mostrar as suas influências brasileiras, mas também provou que é possível fazer música boa, muito boa, em Portugal. Basta não cair no banalismo.

LCD Soundsystem - "Sound Of Silver"

Além de terem proporcionado um dos melhores concertos que vi este ano, os LCD Soundsystem proporcionaram-me grandes viagens de automóvel. Ou passeios a pé com o iPod a bombar nos ouvidos. Fazem música para ouvir no metropolitano, ou para andar pela Avenida da Liberdade. O "hit" "All My Friends" é daquelas músicas que se escuta a olhar para a frente, para lado nenhum. A atropelar pessoas à bruta. De resto é aquele som que não é disco, não é techno, mas é dançável. Dançável numa festa com raparigas bonitas, bem vestidas, com ar provocante e sorrisos bonitos.

Slimmy - "Beatsound Loverboy"

Então e este sacrista? Que parece de origem inglesa? Grande maluco, e tal... não senhor. É ali mesmo da Ribeira, do Porto. Com um sotaque tripeiro do mais puro que há. Adoro este álbum: rock, punk, dance dos anos 70, inspirações depechemodianas, samplers e órgãos velhinhos. Caraças! Este gajo é bom!

Editors - "An End Has A Start"

Os Editors conseguiram, a meu ver, fazer um segundo álbum melhor que o primeiro. Isso é bom quando o primeiro já tinha sido um bom álbum. Parece um trabalho mais maduro, mas pesado. E eu aprecio esse tipo de álbuns: dá ao CD um ar meticuloso. As guitarras são do melhor que há.

Eddie Vedder - "Into The Wild OST"

Nota-se que era algo que o vocalista dos Pearl Jam já queria fazer há algum tempo. Sobretudo porque os concertos da banda de Seattle já têm uma parte dedicada só a Vedder. Este álbum está carregado de melodias brutais mas muito simples. Tudo tocado por Eddie Vedder. "Rise" é das outras mais bonitas do ano.

Não resisto. Tem de entrar mais um. Não dá para ficar de fora. O que torna este post em Os 11 Albuns De 2007 Que Bruno Mais Ouviu Com Verdadeiro Deleite, Mas Que Não São Necessariamente Os Melhores do Ano, Pois Este É Um Critério Absurdo Que Não Põe Em Causa A Qualidade Dos Artistas ou Dos Trabalhos Realizados Em Prol Da Música, Pelo Que Esta Lista Não É Passível de Crítica, Ouviram?

Kanye West - "Graduation"

Hip-hop com gosto. Bons samplers, boas vozes, bons detalhes. Kanye já me tinha impressionado pelo bom gosto em "Late Orchestration". Em "Graduation" confirmou as capacidades que fazem dele um talento do hip-hop.

3 comentários:

João disse...

Gosto... Teria feito quase, quase as mesmas escolhas.

Abraço.

innocent bystander disse...

grande listonga, xôR mas eu poria mais um, o neon bible, caraças

Anónimo disse...

Seu nome é FEIO !!