Nove de Setembro de 2006. Estava no café a ver um jogo de futebol. Durante a tarde tinha acontecido o Red Bull Flugtag no Rio Tejo. Depois o Sporting ganhou 1-0 na Choupana. Um belo golo do Nani. À noite tinha jogado o Benfica. Perdeu 3-0 com o Boavista, mas o Rui Costa fez um túnel de belo efeito ao Kazmierczak. Já tinha bebido umas cervejas, mas estava de sobreaviso. A Beatriz estava a caminho.
Recebi o telefonema de minha mãe a dizer que tinham acabado os falsos alarmes (dois ou três, já não me lembro) e que desta é que era. Agarrei no veículo e fomos a voar até à maternidade. No carro fomos em silêncio. Apesar de o parto estar demorado, tinha pressa em chegar. A mãe percebeu-o e não fez nenhum comentário à velocidade (vendo bem, não foi muito alta, pois o meu veículo tem apenas mil e cem de cilindrada, sessenta e poucos cavalos e um binário de não sei quê).
Não tinha autorização para entrar na zona de partos. Só lá estava o pai e pôde entrar a avó. Eu fiquei sentado. A ver as horas a passar. Chamaram uma "Beatriz Pereira" e eu dei um pulo na cadeira. Mas era só uma bebé com febre ligeira. Eram 23h50, mas ainda faltava um bocado. Eu é que não tinha informações sobre o ponto da situação. Ainda passou uma hora até saber que a Beatriz tinha nascido às 00h15. Já a 10 de Setembro de 2006. Com 2,905 quilos.
Voltei a entrar no carro e a fazer o IC-19 a alta velocidade para ir buscar os avós paternos. Reuniu-se a família e por ali estivemos até por volta da uma da manhã. Foi aí que se tirou a primeira foto da Beatriz.
10 de Setembro de 2007. Já passou um ano (a correr, em que tanta coisa aconteceu) e Beatriz está já com nove quilos. Já diz "papá" e "mamã". Diz "pê" para dizer piu. Diz "pa" para dizer papel. Fecha os lábios com força para dizer "Bu", mas ainda não se ouviu o som na plenitude. Tem quatro dentinhos. Não anda. Sai a toda a gente. No colégio dizem que nunca tiveram lá nenhum bebé assim: porque come a fruta sozinha e não faz birra para comer. Pelo contrário: faz birra por não comer. Tem umas bochechas lindas e deixa as velhas na rua todas invejosas, porque é muito simpática e ri-se. Mas só quando acha mesmo graça. Os comentários dos idosos são invariavelmente os mesmos: "Ai que linda!". "Olá princesa!". E é o orgulho da família.
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1 comentário:
oooooooooh, não se vê para poder dizer «ai que linda!» como as velhas!
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