Nada se eterniza na vida. Para os mais crentes em divindades pode haver outros algos, mas sempre depois de momentos finais. A única coisa que nos vai salvando tem três ponteiros. Ou então um formato digital, de marca Casio, ou algo dentro do género. É o passar de dígitos ou o rodar desses ponteiros que vai apagando dores, curando males, que vai atirando venenos vários para cima de roedores que andam por cima de nós. É esse processo que desinfecta, cria crostas. Que regenera a pele. Essa é a única garantia que temos. De que o tempo é o nosso aliado mais fiel. E que as dores passam sempre. Pode ser hoje, pode ser na próxima semana, ou no próximo mês e meio. Mas também pode ser daqui a 70 anos. Podes ter de conviver com elas o resto da vida, mas elas hão-de passar, nem que seja com a vinda de uma figura vestida de preto, com um capuz, a ameaçar-te com uma foice maligna.
Sejamos sinceros. Temos poucas opções. Queres contar com a sorte? Ok. Procuremo-la. Pode ser que nos acelere os ponteiros. Pode ser que faça o dígito do Casio rodar mais rápido. Levanta pedras, ceifa mato à procura dela. De nada nos vale estar sentado à espera que ela surja e diga: "Já está! Estás safo!" Como fazíamos quando éramos miúdos, jogávamos à apanhada e aparecia alguém a bater-nos na mão, que nos fazia voltar ao jogo. A trazer-nos de volta à vida.
Deixemos de ser uma merda de um íman no frigorífico, foda-se.
domingo, 24 de junho de 2007
Panaceia
Publicada por Bruno à(s) 21:45
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